domingo, 8 de agosto de 2010

Bíblia - Um resumo de sua Formação - Parte II

Antes de continuarmos falando sobre o processo de formação da Bíblia, eu gostaria de dar uma paradinha a esta "altura do campeonato" pra falar sobre termos teológicos que usamos pra entender a Bíblia como palavra de Deus. Eles são:

INSPIRAÇÃO = Temos o termo em 2Timóteo 3,16: "Toda a Escritura é inspirada por Deus...". Este termo no grego, na verdade, é um processo de fora pra dentro, isto é, de soprar, de conduzir, de Deus para o homem. A inspiração não tem explicação teológica satisfatória à mente humana, pois é um dos mistérios da fé. A primeira forma de se provar a inspiração da Bíblia é por ela mesma: uma questão de fé. A segunda é por profecias cumpridas. A terceira, é por mostrar um homem pecador que necessita de um Salvador. Como eu disse, crer ou não em inspiração dos livros da Bíblia se torna uma questão de fé mesmo. Filosoficamente, qualquer pessoa pode falar contra a inspiração da Bíblia, alegando outros livros que também se declaram inspirados por Deus, como o Alcorão por exemplo; mostrando profecias de Nostradamus, por exemplo; dizendo que qualquer livro de auto-ajuda pode ser tão inspirado quanto a Bíblia. Realmente, esta é uma questão de fé que compete ao Espirito Santo ativar o outro conceito sobre a Bíblia no leitor, a:

ILUMINAÇÃO = este termo hoje, nos nossos dias, diz respeito ao entendimento espiritual que Deus dá a quem lê a Bíblia, fazendo-o reconhecer o seu pecado e sua necessidade de salvação. Nos dias dos escritores bíblicos, Deus dava a eles a inspiração, e a iluminação às vezes não, como no caso do morcego ser considerado ave (Levitico 11,13-19); como no caso da criação em Gênesis 1 que sabemos não é um relato científico de criação, mas de fé num Criador, haja vista suas contradições científicas, por exemplo, Deus cria o dia e a noite no primeiro dia e o sol e a lua só aparecem no quarto dia; nestes casos não houve iluminação, pois não houve nem mesmo a

REVELAÇÃO = quando Deus revela ao profeta coisas que não pertencem ao seu tempo cultural, seje algo científico, político, social. Lembre-se: Deus só revela aquilo que é compreensível ao homem entender de acordo com sua época; Deus se revela progressivamente. Nos tempos de Israel, os profetas tinham muita revelação sobre o futuro de Israel e sobre o Messias.

Dado estes três termos teológicos fica mais fácil compreender a Bíblia.
O Profeta Daniel é um exemplo de alguém que foi inspirado por Deus, teve revelação e teve iluminação (veja Daniel capitulo 2 inteiro). Ele também, ao ser inspirado, teve revelação, mas não teve iluminação (Daniel 12,5-13)sobre sua última profecia.

Quando Deus inspirava alguém, não despersonalizava o indivíduo, como em uma psicografia. Haviam sim níveis de inspiração, mas nenhuma delas podem ser descritas de forma científica, pois que é um processo sobrenatural, onde o máximo que podemos fazer é usar conceitos teológicos para tentar entender o fato de afirmarmos ser a Bíblia a Palavra de Deus ao homem através do homem. Na Teologia usamos conceitos, formas de pensar, e não definições, o que compete a fatos observáveis que dificilmente podem ser refutados.

Tendo este resumo de inspiração em mente, prossigamos para a formação do Novo Testamento...

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