sábado, 21 de agosto de 2010

Compreendendo gays, lesbicas e transexuais


O QUE FAZ UMA MULHER ser mulher e um homem ser homem? Ser gay é mesmo uma escolha? Por que as lésbicas preferem mulheres? Como os transexuais conseguem ter um pé em cada lado da cerca? Você é do jeito que é porque teve uma mãe dominadora e um pai frio e ausente?

Neste capítulo vamos ver o que acontece quando o feto recebe hormônio masculino demais ou de menos.

OS HORMÔNIOS EM AÇÃO

Pesquisas demonstram que o padrão básico de formação do corpo e do cérebro do feto da espécie humana é feminino. Disso resultam algumas características femininas sem função encontradas nos homens - mamilos, por exemplo. Eles têm também glândulas mamarias que não entram em funcionamento, mas conservam a capacidade de produzir leite. Conforme já dissemos, entre seis e oito semanas depois da concepção o feto do sexo masculino (XY) recebe uma dose maciça de hormônios chamados androgênios que, primeiro, formam os testículos e, num segundo momento, alteram o cérebro de um formato feminino para uma configuração masculina. Quando esse feto não recebe na época certa a quantidade suficiente de hormônio, duas coisas podem acontecer. Primeiro, nascer um menino com o cérebro estruturalmente mais feminino que masculino e que provavelmente vai se descobrir gay na adolescência. Segundo, um bebê geneticamente do sexo masculino, com os genitais correspondentes e o funcionamento do cérebro inteiramente feminino - um transexual. Biologicamente tem um sexo, mas sabe que pertence ao outro. Àsvezes, o bebê geneticamente masculino nasce com genitais de ambos os sexos.
A geneticista Anne Moir, em seu revolucionário livro Brainsex, apresenta muitos casos de bebês geneticamente masculinos que, ao nascer, pareciam meninas e foram criados como tal até que, na puberdade, o pênis e os testículos "apareceram".

Essa particularidade genética foi descoberta na República Dominicana, e um estudo com os pais dessas "garotinhas" mostra que foram criadas como meninas e estimuladas a adotar comportamentos estereotipados, como usar vestido e brincar de boneca. Muitos desses pais ficaram chocados ao descobrir que tinham um filho. Na puberdade, os hormônios do verdadeiro sexo passaram a predominar e suas "filhas", de repente, tinham pênis, aparência e atitudes tipicamente masculinas. A mudança aconteceu apesar do condicionamento e pressões sociais para um comportamento feminino. O fato de a maioria dessas "meninas" cumprir bem o papel masculino pelo resto de suas vidas demonstra que o ambiente e a educação tiveram pouca influência. A biologia foi, claramente, fator-chave na criação do padrão de comportamento.

HOMOSSEXUALIDADE É PARTE DA HISTÓRIA

Na Grécia antiga, a homossexualidade masculina era não só permitida como altamente respeitada. O cristianismo (com o tempo) veio condenar o relacionamento entre pessoas do mesmo sexo, fazendo com que a homossexualidade fosse banida.
Na era vitoriana, até a existência da homossexualidade era negada. Se descoberta, era considerada obra do diabo e punida com severidade. Mesmo às portas do século XXI, as gerações mais antigas ainda acreditam que homossexualidade seja um fenómeno "antinatural". Ele, na verdade, sempre esteve presente desde que o feto do sexo masculino deixou de receber a dose necessária de hormônio, A palavra "lesbianismo" vem da ilha grega de Lesbos e surgiu em 612 a. C. A homossexualidade feminina não é vista com tanto preconceito quanto a masculina, provavelmente porque está mais associada à intimidade do que ao que se considera "perversão".

É UMA QUESTÃO DE GENÉTICA OU DE ESCOLHA?

A geneticista Anne Moir apareceu na televisão britânica em 1991 e revelou os resultados de sua pesquisa, que confirmaram o que os cientistas já sabiam há anos: a homossexualidade é genética, não depende de escolha.
Cientistas comprovaram que os esforços dos pais para sufocar as tendências homossexuais de seus filhos não adiantam praticamente nada. E como o principal responsável é o impacto (ou a falta) do hormônio masculino sobre o cérebro.

homossexuais, em sua maioria, são homens. Para cada lésbica (corpo de mulher e cérebro masculino), existem de oito a dez homens gays. Se houvesse maior divulgação das pesquisas e conclusões, os homossexuais e transexuais teriam uma vida bem mais tranqüila. A maioria das pessoas tolera melhor quem possui características inatas do que quem, em sua opinião, fez uma escolha que lhes parece inaceitável.

Infelizmente, estatísticas demonstram que, entre os adolescentes suicidas, 30 por cento são gays e lésbicas. Um em cada três transexuais comete suicídio. Um estudo da educação desses jovens concluiu que foram criados em famílias ou comunidades altamente preconceituosas, que pregavam o ódio e a rejeição aos homossexuais, ou em religiões que tentavam "salvá-los" com orações ou terapia.

POR QUE O PAI É ACUSADO?

Quando o rapaz se revela gay, geralmente se diz que a culpa é do pai, acusado pela família de humilhar e criticar o filho por causa de seu desinteresse e falta de habilidade em atividades masculinas. Assim, o rapaz revoltado se tornaria gay para desafiar a autoridade paterna. Essa teoria não tem nenhuma base científica. A explicação mais provável é que o fato de o jovem estar mais interessado em assuntos femininos torna-se uma fonte constante de aborrecimento para um pai com grandes expectativas machistas em relação ao filho homem. Em outras palavras: é mais provável que as tendências femininas do rapaz é que tenham provocado a atitude crítica ou agressiva do pai.

A "OPÇÃO" PODE SER MUDADA?

Tal como os heterossexuais, gays e lésbicas não escolhem sua orientação sexual. Cientistas e a maioria dos especialistas em sexualidade humana concordam: a homossexualidade é definitiva. Pesquisadores acreditam que a orientação sexual é quase completamente determinada ainda na vida intra-uterina, confirmada por volta dos cinco anos de idade e é incontrolável. Durante séculos foram empregadas as mais variadas técnicas para tentar livrar as "vítimas" de tendências homossexuais, desde a extirpação das mamas até psicoterapia e exorcismo. Nenhuma deu certo. O máximo que se conseguiu foi fazer com que alguns bissexuais só mantivessem relações com o sexo oposto, forçar alguns homossexuais à solidão e levar muitos deles ao suicídio.

COMO PRODUZIR UM RATO GAY

Os pesquisadores preferem os ratos por duas razões: têm hormônios, genes e sistema nervoso central semelhantes aos humanos e seu cérebro não se desenvolve dentro do útero, mas depois do nascimento - o que permite observar o que está acontecendo. Uma rato castrado pensa que é fêmea, fica mais sociável e cuida do ninho. Uma fêmea recém-nascida que recebe uma dose de testosterona pensa que é macho, se torna agressiva e tenta cruzar com outras fêmeas. Essa alteração do comportamento sexual só pode ser conseguida enquanto o cérebro ainda está no estágio embrionário. Testes semelhantes com pássaros e macacos adultos não produziram mudanças tão significativas porque, passada a fase de embrião, o cérebro já está estruturado. Nos seres humanos, a "programação" do cérebro se dá entre seis e oito semanas depois da concepção. De onde se conclui que, quando mais velhos, nem ratos nem seres humanos mudam muito.

Durante uma série de seminários na Rússia conhecemos um professor de neurocirurgia que nos revelou: por algum tempo, foram feitas experiências secretas de alteração no cérebro de seres humanos que apresentaram os mesmos resultados obtidos com ratos - meninos viraram meninas e meninas viraram meninos ao receberem, ainda no útero da mãe, doses de hormônio. Foram criados gays, lésbicas e transexuais. Segundo o professor, houve casos em que não foi aplicada a dose certa ou o desenvolvimento do feto não estava no estágio ideal.
Uma das conseqüências foi um menininho com órgãos genitais dos dois sexos. Às vezes, esse acidente genético acontece na natureza (conforme foi relatado na República Dominicana) e explica por que uma menina, de repente, ao chegar à adolescência, se transforma em rapaz.
Essas pesquisas confirmam o que os cientistas sabem mas não ousam discutir: com uma simples injeção de hormônio no momento certo é possível controlar o sexo do cérebro e determinar a sexualidade do feto. Mas isso levantaria uma série de questões morais, éticas e humanas - com toda a razão.

COMO ACONTECEM OS BEBÊS GAYS

Como vimos, se durante o início da gestação de um feto do sexo masculino ocorrer uma baixa de testosterona, as chances de nascer um menino gay aumentam incrivelmente, já que os hormônios femininos é que vão configurar o cérebro.
Estudos feitos na Alemanha nos anos 70 demonstram que mães que passam por situações de estresse durante o início da gravidez têm possibilidades seis vezes maiores de gerar um filho gay. Principalmente o estresse causado por problemas emocionais e certas doenças faz cair o nível de testosterona, assim como alguns medicamentos que baixam esse nível. Da mesma forma o álcool e a nicotina têm efeitos nocivos, enquanto que uma dieta adequada e uma vida tranqüila só podem trazer benefícios. Todas essas afirmações são feitas com base em pesquisas efetuadas em vários centros de ciência no mundo.

COMO AS LÉSBICAS SE TORNAM LÉSBICAS

Se o feto é geneticamente do sexo feminino (XX) e seu cérebro recebe hormônio masculino, o resultado é um corpo de mulher com estrutura cerebral de homem. Quando adulta, pode até ser chamada de "machona". Muitas dessas meninas se tornam lésbicas. O feto pode receber hormônio masculino por acidente caso a mãe faça uso, durante a gravidez, de certos medicamentos contra diabetes, alguns tipos de anticoncepcionais e outros.

Um estudo sobre mulheres diabéticas que estavam grávidas nos anos 50 e 60 apontou um grande aumento na incidência de meninas, suas filhas, que se revelaram lésbicas depois da adolescência. Tinham recebido hormônio masculino em excesso da medicação contra diabetes que as mães tomavam durante o período crítico do desenvolvimento cerebral do feto.
Na mesma época, muitas mulheres foram tratadas com hormônios femininos, como o estrogênio, na crença de que isso ajudaria a gravidez. A proporção de filhos gays aumentou de cinco a dez vezes. É só na adolescência, quando os circuitos cerebrais são "ligados" pela carga maciça de hormônio circulando pelo corpo, que aflora a verdadeira sexualidade.

Também reforçando essas afirmativas, os pesquisadores do Kinsey Institute, nos Estados Unidos, concluíram que mães que receberam hormônio masculino durante a gravidez tiveram filhas voltadas para esportes agressivos, como futebol e boxe. Quando crianças, eram verdadeiras "pestinhas". As mães que receberam hormônio feminino tiveram filhas mais "femininas" e filhos mais gentis, afetuosos e dependentes que seus colegas, além de pouco inclinados a atividades físicas.

O CÉREBRO TRANSEXUAL

O transexual percebe desde muito cedo que está no sexo errado. O hipotálamo - área do cérebro essencial à determinação do comportamento sexual - é nitidamente menor em mulheres que em homens. O pesquisador Dick Swaab e sua equipe do Netherlands Institute for Brain Research foram os primeiros a apontar, em 1995, que o hipotálamo em transexuais masculinos era do tamanho do feminino ou ainda menor. Este estudo confirma uma teoria anterior, proposta pelo cientista alemão dr. Gunther Dörner, de que a identidade sexual resulta da interação entre o cérebro em desenvolvimento e os hormônios sexuais. O mesmo cientista afirmou que o hipotálamo de homens homossexuais, quando recebe hormônio feminino, reage da mesma forma que o hipotálamo feminino. Swaab disse ainda: "Nosso estudo é o primeiro a apontar uma estrutura cerebral feminina em transexuais geneticamente masculinos." Em outras palavras: um cérebro de mulher aprisionado em um corpo de homem. Em psiquiatria diz-se que os transexuais sofrem de Transtorno da Identidade Sexual, e cerca de 20 por cento deles passam por cirurgias para mudança de sexo. Nessa cirurgia, os testículos são retirados e o pênis é cortado ao meio no sentido do comprimento, com remoção do tecido interno. A uretra é realinhada e a pele do pênis, preservada, é dobrada para dentro, forrando uma

cavidade feita cirurgicamente e que vai ser a vagina. Em alguns casos, a extremidade do pênis é transformada em um clitóris capaz de provocar o orgasmo.
Tragicamente, um em cada cinco transexuais tenta o suicídio, e essa forma de morte é cinco vezes mais freqüente entre eles do que na população em geral.

POR QUE ÀS VEZES É DIFÍCIL SABER QUEM É GAY?

Falando em linguagem simples, existem dois centros principais associados ao homossexualismo: o "centro da atração" e o "centro do comportamento". O centro da atração fica no hipotálamo e determina qual sexo vai despertar interesse. No homem, esse centro precisa receber hormônio masculino em quantidade suficiente para operar, de modo que se sinta atraído por mulheres. Se a dose for inferior, o centro vai continuar, em certa medida, feminino no modo de operação e o homem vai se sentir atraído por pessoas do mesmo sexo.
O fato de os centros da atração e do comportamento poderem receber doses diferentes de hormônio masculino provavelmente explica por que nem todos os efeminados são gays e nem todos os machões são heterossexuais.

POR QUE AINDA É MAIS DIFÍCIL SABER QUEM É LÉSBICA?

Se o cérebro de um feto do sexo feminino receber inadvertidamente uma dose excessiva de hormônio masculino, o centro da atração pode ser afetado.
Assim, a mulher vai se sentir atraída por outras mulheres. Se o centro do comportamento também for afetado, ela vai apresentar atitudes, fala e linguagem corporal tipicamente masculinos. Pode até ser chamada de "machona".
Mas se o centro do comportamento não for atingido pelo hormônio masculino, ela vai parecer feminina, apesar de sentir atração por outras mulheres.
Experiências com ratas e macacas levaram aos mesmos resultados. As lésbicas machonas são vistas como um produto da biologia. mas ainda há muita resistência à idéia de que o lesbianismo feminino tenha causas biológicas. É comum se ouvir um homem dizer: "Aposto como consigo que ela mude de idéia." Essas mulheres, no entanto, têm tão pouco controle sobre suas preferências sexuais quanto as machonas e os homossexuais masculinos, quer estes tenham comportamentos femininos ou pareçam machões.

As pesquisas na área do lesbianismo ainda não chegaram a resultados tão definitivos como na do homossexualismo masculino, mas quase todos os cientistas concordam: as lésbicas – femininas ou machonas – sentem atração por outras mulheres.

Extraído do livro "Por que os Homens Fazem Sexo e as Mulheres Fazem Amor?" de Allan e Bárbara Pease, editora Sextante,2000

MEU COMENTÁRIO é o seguinte: Embora a ciência venha querendo provar a genética da homossexualidade, nada ficou conclusivo nesta questão. A sexualidade humana não é tão simples assim como se parece neste livro popular, mas geneticistas e cientistas deduzem que haja um componente genético na orientação homossexual. Já no caso de transexualismo, chamada de disforia de gênero (não sei se está assim no CID "Catalogo Internacional de Doenças), é algo genético e que a ciência avançou para ajudar estas pessoas que sofrem muuuuito pela ignorância de professores, igrejas, templos. Vamos estudar mais estas questões, pois a luz dissipa as trevas, e pacifica a alma.

domingo, 8 de agosto de 2010

Bíblia - Um resumo de sua Formação - Parte IV

A igreja apostólica recebeu da igreja judaica a crença em uma regra de fé escrita.
Cristo mesmo confirmou esta crença, apelando para o Antigo Testamento como a palavra de Deus escrita, Jo 5.37-47; Mt 5.17,18; Mc 12.36; Lc 16.31, instruindo os seus discípulos nela, Lc 24.45.
Os apóstolos habitualmente referem-se ao Antigo Testamento como autoridade, Rm 3.2,21; 1Co 4.6; Rm 15.4; 2Tm 3.15-17; 2Pe 1.21.

Em segundo lugar, os apóstolos baseavam o seu ensino, oral ou escrito na autoridade do Antigo Testamento, 1Co 2.7-13; 14.37; 1Ts 2.13; Ap 1.3, e ordenavam que seus escritos fossem lidos publicamente, 1Ts 5.27; Cl 4.16,17, 2Ts 2.15; 2Pe 1.15; 3.1-2, enquanto que as revelações dadas à Igreja pelos profetas Inspirados, eram consideradas como fazendo parte, juntamente com as instruções apostólicas, do fundamento da Igreja, Ef 2.20.

Era natural e lógico que a literatura do Novo Testamento fosse acrescentada à do Antigo, ampliando deste modo o cânon de fé. No próprio Novo Testamento se vê a intima relação entre ambos, 1Tm 5.18; 2Pe 3.1,2,16.
Nas épocas pós-apostólicas, os escritos procedentes dos apóstolos e tidos como tais, foram gradualmente colecionados em um segundo volume do cânon, até se completar o que se chama o Novo Testamento.
Porquanto, desde o princípio, todo livro destinado ao ensino da Igreja em geral, endossado pelos apóstolos, quer fosse escrito por algum deles, quer não, tinha direito a ser incluído no cânon, e constituía doutrina apostólica. Desde os primeiros três séculos da Igreja, era baseado neste principio que se ajuntavam os livros da segunda parte do cânon.

A coleção completa fez-se vagarosamente, por varias razões. Alguns dos livros só eram conhecidos como apostólicos em algumas Igrejas. Somente quando esses livros entraram no conhecimento do corpo cristão em todo o Império Romano, é que eles foram aceitos como de autoridade apostólica.
O processo adotado foi lento, por causa ainda do aparecimento de vários livros heréticos e escritos espúrios, com pretensões de autoridade apostólica.
Apesar da sua lentidão, os livros aceitos por qualquer igreja, eram considerados canônicos porque eram apostólicos. O ensino dos apóstolos era regra de fé, e lido nas reuniões do culto público.

Já no principio do segundo século, os escritos apostólicos eram chamados Escrituras. Os evangelhos segundo Marcos e Lucas entraram na Igreja pela autoridade de Pedro e Paulo, de que foram companheiros. Logo começaram os comentários a estes escritos, cuja fraseologia saturou a literatura da idade pós-apostólica.
São dignos de nota os seguintes fatos para explicar a rapidez com que a coleção dos Livros se estendeu a toda a Igreja.
Os quatro evangelhos entraram nas igrejas desde o principio do segundo século. A segunda epístola de Pedro, cap. 3.16, mostra-nos que as epistolas de Paulo já haviam formado uma coleção de escritos familiares aos leitores das cartas de Pedro.
Muito cedo aparecem as expressões “evangelho” e “apóstolos” designando as duas partes do novo volume. A evidência sobre a canonicidade dos Atos Apostólicos, leva-nos à primeira metade do segundo século. Alguns livros, é certo, sofreram contestações por parte de certos grupos de igrejas, mas serve para provar que tais livros entraram no cânon depois de evidentes provas de sua autenticidade.
Finalmente, vê-se que a Igreja da Síria, no segundo século, recebeu como canônicos todos os livros de que se compõe o atual Novo Testamento, exceto o Apocalipse, a epístola de Judas, a segunda de Pedro, a segunda e a terceira de João.

A Igreja Latina aceitou todos os livros, menos as epístolas de Pedro, a de Tiago, a terceira de João; a Igreja africana do norte aceitou todos os livros, exceto a epístola aos Hebreus, a segunda de Pedro e talvez a de Tiago. As coleções recebidas pelas mencionadas igrejas somente continham os livros que elas haviam recebido formalmente, como de autoridade apostólica, mas isto não prova a não existência de outros livros de igual procedência e autoridade.
Os restantes eram universalmente aceitos no curso do terceiro século, apesar de opiniões diferentes a respeito de alguns deles.
No decorrer dos tempos, e quando entramos na época dos concílios, o Novo Testamento aparece na lista dos livros canônicos como hoje o temos. No quarto século, dez dos padres da Igreja e dois concílios deixaram listas dos livros canônicos. Em três destas listam omitem o Apocalipse, contra o qual se levantaram objeções que desapareceram diante dos testemunhos abundantes em seu favor. As outras listas dão o Novo Testamento como hoje o temos. Em vista destes fatos, deduzimos:

1.Apesar de a formação do N. T. cm um volume ter sido morosa, nunca deixou de existir a crença de ser ele livro considerado como regra de fé primitiva e apostólica.

A história da formação do cânon do N. T. serve apenas para mostrar como se chegou gradualmente a conhecer os direitos que eles tinham para entrar no rol dos livros Inspirado..

2.As diferenças de opinião sobre quais os livros canônicos e sobre os graus de certeza em favor deles, vêem-se nos escritos e nas Igrejas do segundo século. Este fato, pois, mais uma vez vem afirmar o cuidado e o escrúpulo das Igrejas em receber livros como apostólicos sem evidentes provas. Do mesmo modo se procedeu com referência aos livros espúrios.

3.A prova em favor da canonicidade dos livros do Novo Testamento é a evidência histórica. Quanto a isto, o juízo da Igreja primitiva em favor dos nossos vinte e sete livros é digno de inteira fé, enquanto não for provado o contrário. Não os devemos aceitar como tais, só porque os concílios eclesiásticos os decretaram canônicos, nem por causa do que eles dizem. A questão versa só e unicamente sobre a sua evidencia histórica.

4.Finalmente se nota que a palavra cânon não se aplicou à coleção dos livros sagrados antes do quarto século. Não obstante, existia, a noção que representa, isto é, que os livros sagrados eram regra de fé, contendo a doutrina apostólica.

Dicionário da Bíblia John Davis

Bíblia - Um resumo de sua Formação - Parte III

Eu falei que ia falar do Novo Testamento, mas não vou não. Por enquanto não.
Tem coisa bem básica pra falar sobre manuscritos do Antigo Testamento, lembrando que não temos originais, temos só cópias.
Escribas profissionais no judaísmo se conhece após o exílio babilonico (538aC), conhecidos como soferins.
Trabalho de escrever à mão os textos sagrados eram muito rigorosos, o que se percebe com os manuscritos do séc 7 ao 10 de nossa era com os "massoretas" (do hebraico significa tradição), os quais tinham a função de copiar os textos sagrados para adoração pública.
Em 1947, foram descobertos rolos em uma caverna perto do Mar Morto, através de um jovem árabe que perseguia uma cabra nas grutas. Aproximadamente 930 fragmentos de manuscritos hebraicos, aramaicos e gregos foram encontrados em onze cavernas em Qumran, datando de 250 a.C. ao século I da Era Cristã.
Destes, existem fragmentos dos livros do antigo testamento e um texto inteiro de Isaías, que comparados com o texto dos massoretas, teem poucas diferenças textuais, de acordo com estudiosos como por exemplo, Millar Burrows.
Existe uma versão da Bíblia Hebraica feita para judeus que falavam o grego no Egito, a Septuaginta, nome dado por ter sido traduzida do hebraico para o grego por 70 ou 72tradutores (250 a 150 aC), a pedido do rei Ptolomeu II, para a biblioteca de Alexandria.

Bíblia - Um resumo de sua Formação - Parte II

Antes de continuarmos falando sobre o processo de formação da Bíblia, eu gostaria de dar uma paradinha a esta "altura do campeonato" pra falar sobre termos teológicos que usamos pra entender a Bíblia como palavra de Deus. Eles são:

INSPIRAÇÃO = Temos o termo em 2Timóteo 3,16: "Toda a Escritura é inspirada por Deus...". Este termo no grego, na verdade, é um processo de fora pra dentro, isto é, de soprar, de conduzir, de Deus para o homem. A inspiração não tem explicação teológica satisfatória à mente humana, pois é um dos mistérios da fé. A primeira forma de se provar a inspiração da Bíblia é por ela mesma: uma questão de fé. A segunda é por profecias cumpridas. A terceira, é por mostrar um homem pecador que necessita de um Salvador. Como eu disse, crer ou não em inspiração dos livros da Bíblia se torna uma questão de fé mesmo. Filosoficamente, qualquer pessoa pode falar contra a inspiração da Bíblia, alegando outros livros que também se declaram inspirados por Deus, como o Alcorão por exemplo; mostrando profecias de Nostradamus, por exemplo; dizendo que qualquer livro de auto-ajuda pode ser tão inspirado quanto a Bíblia. Realmente, esta é uma questão de fé que compete ao Espirito Santo ativar o outro conceito sobre a Bíblia no leitor, a:

ILUMINAÇÃO = este termo hoje, nos nossos dias, diz respeito ao entendimento espiritual que Deus dá a quem lê a Bíblia, fazendo-o reconhecer o seu pecado e sua necessidade de salvação. Nos dias dos escritores bíblicos, Deus dava a eles a inspiração, e a iluminação às vezes não, como no caso do morcego ser considerado ave (Levitico 11,13-19); como no caso da criação em Gênesis 1 que sabemos não é um relato científico de criação, mas de fé num Criador, haja vista suas contradições científicas, por exemplo, Deus cria o dia e a noite no primeiro dia e o sol e a lua só aparecem no quarto dia; nestes casos não houve iluminação, pois não houve nem mesmo a

REVELAÇÃO = quando Deus revela ao profeta coisas que não pertencem ao seu tempo cultural, seje algo científico, político, social. Lembre-se: Deus só revela aquilo que é compreensível ao homem entender de acordo com sua época; Deus se revela progressivamente. Nos tempos de Israel, os profetas tinham muita revelação sobre o futuro de Israel e sobre o Messias.

Dado estes três termos teológicos fica mais fácil compreender a Bíblia.
O Profeta Daniel é um exemplo de alguém que foi inspirado por Deus, teve revelação e teve iluminação (veja Daniel capitulo 2 inteiro). Ele também, ao ser inspirado, teve revelação, mas não teve iluminação (Daniel 12,5-13)sobre sua última profecia.

Quando Deus inspirava alguém, não despersonalizava o indivíduo, como em uma psicografia. Haviam sim níveis de inspiração, mas nenhuma delas podem ser descritas de forma científica, pois que é um processo sobrenatural, onde o máximo que podemos fazer é usar conceitos teológicos para tentar entender o fato de afirmarmos ser a Bíblia a Palavra de Deus ao homem através do homem. Na Teologia usamos conceitos, formas de pensar, e não definições, o que compete a fatos observáveis que dificilmente podem ser refutados.

Tendo este resumo de inspiração em mente, prossigamos para a formação do Novo Testamento...

Bíblia - Um resumo de sua formação - Parte I

- Biblia vem do grego biblos e quer dizer "coleção de livros", um termo usado no séc. II para designar os livros que compunham as Escrituras Hebraicas (escritas pelos judeus) e as Escrituras Gregas (escritas pelos cristãos).

- Cerca de mais ou menos 40 autores , num período de 1600 anos escreveram os 66 livros reconhecidos pelos judeus e cristãos como livros autorizados por Deus para se fazer a Sua Vontade.

- A formação dos livros do Antigo Testamento foi progressiva e haviam regras rígidas para aqueles que manuseassem os escritos sagrados, os quais eram de início depositados ao lado da Arca da Aliança (Deuteronomio 31,24-26), e mais tarde no templo (IIReis 22,8).

- Havia em Israel, nos tempos do rei Saul e do profeta Samuel (1070-970aC), uma escola de profetas que se estabeleceu como celeiro de profetas em Israel do tempo do rei Davi até o exilio babilonico (586aC), os quais registraram os relatos historicos dos reis.

- Durante o exílio, temos os profetas Ezequiel e Daniel. Ezequiel denuncia os falsos profetas (Ez 13,9), os quais não seriam escritos nos registros dos profetas do Senhor, pois que anunciam "palavras doces ao povo" (Ez 13,10-19). Ezequiel reconhece Daniel como homem justo (Ez 14,14.20).

- O profeta Daniel possuia, no exílio, uma cópia dos livros de Moisés e profetas, incluindo de Jeremias (Dn 9, 2.6.11).

- Após o exílio (538aC), Esdras, um sacerdote, volta com o livro da lei e dos profetas para restaurar o templo em Jerusalém (Esdras 6,18; Neemias 8,13-14). Surge Neemias, um judeu que ajuda na reforma de Jerusalém.

- No ano 433 surge o último dos profetas da restauração, Malaquias. Com Malaquias se encerra a profecia; consequentemente, se encerra os livros inspirados por Deus(400aC). De Moisés a Malaquias, temos 39 livros reconhecidos pelo judaismo oficial como inspirados.

- Existem 7 livros, que não estao nas Bíblias protestantes, mas estão nas Bíblias católicas: Tobias, Judite, I e II Macabeus, Sabedoria, Eclesiastico, e fragmentos de Ester e Daniel. O motivo de não estarem nas nossas bíblias protestantes é pelo fato de que seguimos o cânon de 39 livros reconhecidos oficialmente pelos judeus num concílio feito em 90dC, o famoso Concilio de Jamnia, e também pelo fato de terem sido escritos num tempo em que não havia mais profecia em Israel (não havendo profecia, não há inspiração). Estes livros admitem sua não-inspiração, como por exemplo:
1) IMacabeus 9,27 narra não haver profecia em Israel no seu período (160-143aC);
2) IIMacabeus 15,37-39 mostra ser uma narrativa sem inspiração, pelo fato do autor se preocupar como ele escreve e descreve os relatos históricos;
3) O escritor de Eclesiastico (1,1-23) também se mostra como um narrador, mas mais no sentido de instruir conforme a Lei, os Profetas e Escritos.

- O Talmude, comentários e compilação de leis orais dos rabinos de + - 100 a 500dC, diz o seguinte: "Depois dos últimos profetas, Ageu, Zacarias e Malaquias, o Espirito Santo apartou-se de Israel". Temos então, como inspirados somente os 39 livros do A.T.

Fonte de pesquisa: Introduçao Bíblica, de Norman Geisler, Editora Vida

sábado, 7 de agosto de 2010

Chico Xavier dá de 10 a 0 em muito pastor evangélico por aí!

É pessoal, este é o homem que veio pra ensinar o Amor no nosso Brasil. O Senhor Jesus mesmo disse que "...se estes se calarem, as próprias pedras clamarão." (Lucas 19,40). Ao ver a história de Chico Xavier, não tem como não se emocionar. Este homem viveu o amor, pregou o amor, foi um exemplo do que é ser cristão no que diz respeito ao novo mandamento dado por Jesus - Amai-vos uns aos outros como eu vos amei -, independente de sua teologia e crença reencarcionista. Nós, que nos dizemos cristãos ortodoxos (=os corretos), e principalmente, os líderes evangelicos - os que se autointitulam profetas, apóstolos, bispos - deveríamos escutar a este homem e aprender o que significa "de graça dar o que de graça recebemos".
CONTRA OS SILAS MALAFAIAS DA VIDA E SEUS MORRIS CERULLOS QUE VENDEM BENÇÃO POR R$900,00:

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Desenvolvendo Felicidade - Ela esta aí dentro de você!


Como desenvolver a felicidade:

- Parar de reclamar;

- Ver o lado positivo das situações;

- Rir de si mesmo;

- Aceitar-se como é;

- Não querer ser igual a ninguém, antes buscar ser original, pois somos únicos e insubstituíveis;

- Não esperar encontrar a felicidade fora de si, isto é, em outras pessoas ou situações que causem momentos de euforia e prazer que logo vão embora, deixando a tristeza quando você está sozinho no seu quarto;

- Perdoar, deixando o orgulho de lado; perdoar é um ato de vontade pessoal que só faz bem; de início não é sentimento, é atitude mesmo; o perdão é filho da compreensão e inimigo do mimo e do egoísmo pessoal;

- Buscar a Deus completará sua felicidade. Se sente pecador, o pior de todos os homens? Que bom! Deus tem a solução pra nós: Jesus, o crucificado: escândalo para filósofos, mas salvação e descanso para o que crê no perdão que Jesus nos trouxe na Cruz!

domingo, 25 de julho de 2010

"Aquele que vem a Mim de maneira nenhuma O lançarei fora" - Jesus Cristo no Evangelho de João 6,37



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Eu quero com este versículo do Evangelho fazer uma reflexão espiritual com você, caro visitante deste blog.
Eis aí a mensagem inclusiva do Mestre Jesus Cristo: "O Pai te trouxe pra mim e aquele que vem a mim, JAMAIS eu O lançarei fora".

É engraçado como a linguagem de Jesus é diferente da linguagem de algumas igrejas institucionalizadas. Elas pregam assim: "Irmão (ã), aceita Jesus como teu único Senhor e Salvador? A vida do homem sem Deus acabará no inferno irmão (ã)! Pense nisso antes de negar o Salvador!"

Elas querem de todas as formas colocar Jesus "goela e coração abaixo", forçar uma salvação pelo medo, ao invés de apresentar um Jesus que não discrimina e não impõe regras do tipo "faça isso e isso e isso..."; pois que, toda regra de Jesus se baseia no Amor. Uma definição bíblica de amor nos é dada de forma esclarecedora pelo apóstolo Paulo em Romanos 13,10:

"O amor não faz mal ao próximo. De sorte que o cumprimento da lei (justiça divina) é o amor."

Amar, de acordo com Paulo em sua carta aos romanos, é não prejudicar o próximo. Se tivermos este entendimento, aí sim podemos dizer que somos seguidores de Jesus, pois o Amor é a marca do cristão.

Este amor só pode ser obtido na Cruz. Jesus era inocente, foi rejeitado pelos seus, mas Ele sabia pra onde ia, Ele sabia qual era a Sua missão. E você, sabe pra onde vai?

Neste blog eu quero dizer a todos que aqui vieram que Jesus veio para nós, que estávamos perdidos, que fomos excluídos das igrejas, incompreendidos, mas jamais fomos abandonados por Cristo. Você não abriu este blog ao acaso. É Jesus te chamando pra Ele de volta. Ele também foi rejeitado, mas Ele confiava em Deus Pai.

Confia em Deus. Confia em Jesus. Ore todo o dia. Jesus levou sua culpa na cruz, não fique se culpando, mas apresenta-te sempre diante dEle pedindo pra que vc se torne como Ele era, todo amor. Leia o Evangelho e você verá como é bom ser julgado por Deus ao invés de o ser pelos homens, pois o julgamento de Deus é salvação para aquele que O busca, não importa sua raça, sexo, condição social, orientação sexual ou situação circunstancial.

Ainda existe um descanso pra você. Pare de lutar. Pare de querer ter razão quando esta razão não traz paz à tua alma. Se joga nos braços de Jesus. Chore como uma criança, pois "dos tais é o Reino de Deus" (Mateus 19,14). Clame por Ele e Ele virá em teu socorro. Creia, não desista!

Santo Agostinho (354-430), teólogo e filósofo da igreja católica, tem uma oração muito bonita que diz assim:
"Fizeste-nos, Senhor, para ti, e o nosso coração anda inquieto enquanto não descansar em ti."

Por isto mesmo, se é isto que você sente, se você anseia por reconhecer um Criador que te ama em Jesus, faça comigo esta oração:

"Deus, Criador desta terra em que habitamos e nosso Criador, queremos nos submeter a Ti neste momento e reconhecer que somos perdidos necessitados da tua salvação. E que a nossa salvação está em Jesus, no Seu Amor demonstrado na Cruz ao morrer sem condenar a ninguém, pois que Ele veio para salvar os perdidos, nos quais eu me incluo. Pai, nós te agradecemos porque Jesus pagou o preço do pecado - sofreu a morte espiritual em nosso lugar, quando clamou: Deus meu, Deus meu, porque me desamparaste? - levou a nossa culpa, para que hoje pudéssemos ter paz contigo. Obrigado Pai. Em nome de Jesus te agradecemos por este momento. Jesus de Nazaré, nós te pedimos hoje e sempre: Ocupa o trono das nossas vidas. Amém."

Bênçãos sem medidas.